domingo, 22 de fevereiro de 2015

Não critique-o, critique-se

         Ali mesmo, na janela do ônibus às vezes olho para todas as pessoas que estão caminhando, comendo, comprando, simplesmente vivendo, e penso, qual a história dessas pessoas? O que está acontecendo no dia delas? Se está feliz ou triste, no que está pesando? Pois, tem mais de 7 bilhões de pessoas por aí além de mim, e para cada um que vejo como você também faz, só olho e penso: É só mais uma pessoa insignificante na minha vida, que diferença ela faz? Reparamos na roupa ou em alguma característica física e a criticamos, por exemplo, nossa, que roupa velha, mas nem sabemos se ela tem uma renda boa para comprar roupas decentes.

         Basicamente o que estou querendo dizer com esta crônica, é que há bilhões de pessoas ao redor do mundo, que podem ter alguma ligação com você ou não, mas o que importa é que somos todos iguais, pode haver diferenças nas personalidades ou em outra coisa, mas todos nós temos os mesmos direitos e às vezes até os mesmos problemas, então caro leitor, peço que da próxima vez em que olhar para qualquer outra pessoa, pense duas vezes antes de falar algo que não seja um elogio, não quero tirar sua liberdade, quero apenas que tenhamos pessoas melhores que convivam melhor.

Não tem mais?

         Foi a primeira vez que aconteceu comigo, imagino que já tenha acontecido com você.
         Na época eu tinha 10 ou 11 anos, mas o fato era que estava completamente viciado na série Breaking Bad. Eu comecei a assistir, pois tinha ouvido falar que era uma das melhores séries de todos os tempos, então fui atrás da trama e me interessei muito (recomendo muito para qualquer um, é realmente muito boa), então comecei a assistir pelo Netflix. Logos nos primeiros episódios eu já me encantei, os personagens eram perfeito, falas geniais, cenas incríveis.
         Fui assistindo mais episódios, e as temporadas foram passando, havia cinco, eu estava terminando a 4ª quando pensei: a série está muito boa, mas tudo tem seu fim, e com a série não seria diferente. Pouco tempo depois eu esqueci, mas a hora teria de chegar.
         Foi numa sexta feira de manhã, faltavam poucos minutos para acabar o último episódio, liguei no Netflix e assisti com muito gosto, mas no momento em que os créditos começaram a aparecer eu senti um vazio dentro de mim, era como se eu dependesse daquilo para viver, era meu combustível. Comecei a me perguntar: é isso? Acabou? Não pode ser assim, não tem uma continuação? Nem que seja por alguns segundos, eu preciso de mais. Infelizmente era aquilo, não tinha mais... Ou tinha?
          Para minha grande sorte, TINHA MAIS! Recentemente foi lançada uma história paralela, com um dos personagens. A série se chama Better Call Saul! É do mesmo diretor, muito boa, mas infelizmente não tem a mesma “magia”.

         

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Paul e eu

       Eu nunca tinha imaginado que um dos meus primeiros shows seria um dos maiores do mundo. O rock entrou em minha vida muito cedo. Meu pai sempre me influenciou muito, principalmente com os Beatles. Quando eu tinha uns cinco ou seis anos, me lembro das inúmeras vezes em que fomos para a casa dos meus primos, em Valinhos, ouvindo o White Album e eu e minha irmã cantávamos Obla-di-Obla-da juntos. Quando fiz oito anos, em 2010, logo depois de meus pais se divorciarem, ganhei meu primeiro disco dos Beatles. Meu pai me deu o álbum “1”, que contém os maiores sucessos da banda que chegaram ao primeiro lugar da Billboard.  Depois desse vieram outros como Sgnt. Peppers e a coletânea Love. Eu ouvia isso toda vez que estávamos no carro, ou fazendo lição, e até no banho!
          Pois bem, os anos se passaram e fui cansando de só ouvir Beatles. Então comecei a ouvir outras bandas e artistas como Pink Floyd, Oasis, Rolling Stones, Arctic Monkeys, David Bowie e por aí vai... Até que em 2014, quatro anos depois da chegada daquele meu primeiro disco dos garotos de Liverpool, Sir Paul McCartney anuncia shows em São Paulo. Ele já tinha vindo outras vezes, mas eu não era tão fã ainda. Dessa vez eu simplesmente fiquei louco, e precisava muito ir. Minha mãe iria sozinha ou com amigos. Eu implorei demais para ela e, no final, compramos ingressos para nós dois na pista Premium, do melhor jeito possível. 
         O tempo não passava. O show que fez parte da turnê Out There! Que inclui musicas de seu novo álbum seria no estádio do Palmeiras no dia 26 de novembro. Mas a ansiedade era tão grande que parecia que até o Natal iria chegar antes! No dia 25, aconteceu o primeiro show e foi transmitido pela TV. Minha mãe quis ver, eu era contra, mas não aguentei e assisti junto. 
         O grande dia chegou. Não fui à escola, passei o dia inteiro só esperando o sonhado momento. Eu já estava com muita pressa quando saímos, pois minha mãe não acabava de se arrumar e maquiar nunca. Fomos a pé, já que o estádio é perto de casa, nem a chuva conseguiu me desanimar. Já no caminho entrei no clima do show, pois havia muitas pessoas também indo para lá. Chegando ao estádio, senti uma sensação muito boa, um clima onde você e todas pessoas ao seu redor estão pensando na mesma coisa. Demos o ingresso, e fomos para a pista. Conseguimos bons lugares bem na frente do palco, fiquei junto do meu amigo Marc e seu pai. Em poucos instantes, a apresentação iria começar.
         Com muito barulho, a figura é recebida pelo público. Paul entra no palco e nos leva à loucura com Magical Mistery Tour. Na ponta dos pés, vejo as rugas de um dos meus maiores ídolos de perto. O show foi passando e eu fui cantando (quase) todas as músicas, como Something (com um ukulele e uma dedicatória para George), Obla-di-Obla-da, Queenie Eye e outras, até que, quase no final do espetáculo, tomo um susto! Labaredas aparecem na minha frente como um tiro, sinto o calor das chamas no meu corpo, e todos cantam juntos refrão de Live and let die. Depois do encerramento com Hey Jude, Paul voltou duas vezes ao palco com Yesterday, Helter Skelter, Carrie that weight e outras. O show termina com uma chuva de papel picado com as cores do Brasil. Não sabíamos se tinha acabado, pois após duas voltas e saídas, já se esperava de tudo. 

          Foi uma das melhores experiências da minha vida. Espero ir a outros shows ótimos como esse. Quem sabe ainda em 2015? Os Rolling Stones logo chegam aí