sexta-feira, 22 de maio de 2015

A Baby Day

Chegando em casa logo avistei a pequena criatura bipolar deitada no sofá, seu olhar dócil me hipnotizou, mas você só a conhece realmente quando pequenas gotas de água escorrem de seus olhinhos para sua gorda bochecha, e um estridente som sai de sua boca. 
Com poucos meses ela já consegue realizar um diálogo mental comigo:
-Que saco! É o dia inteiro esse leite azedo! Não te nem uma bolacha pra acompanhar, depois não sabem porque eu choro!
-Imagino como deve ser...
-Você nem imagina.
-Mas, você só chora por isso? Você sabia que com esse seu choro já perdemos boas noites de sono?
-Ah, você diz isso, mas quero ver viver como eu por alguns dias, vida de bebê não é nada fácil, pessoas te apertando toda hora e te carregando quando quer dormir, aquele cara fica roncando do seu lado, acho que é meu pai, sem falar da fralda cheia...
-Pode até ser difícil, mas olhe pro lado bom, sem escola, presentes toda hora, todo mundo te acha fofa, e seu status no facebook é ótimo!
-Até que esse lado é bom, mas não me importo, minha vida é chata. Bom, já estou com sono, e com fome, daqui a cinco minutos tenho que chorar um pouco para a moça do leite (também conhecida como mãe) chegar.
-Tchau, bom rango, e vê se não chora de noite!
-Se vocês colocarem no Discovery Kids e tirarem daquela novela chata, ajudaria muito!
E aos poucos, aquele rascunho de adulto dormiu e eu me retirei, matando minha curiosidade de como era o dia dela, a pequena Lorena.
:)

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Azidéia

Você tem ideias? 
Eu tenho rapidamente, uma atrás da outra.
Tive uma agora.
Ter ideias é algo muito legal, qualquer um de nós tem uma ideia toda hora, nem todas são boas, mas algumas prestasm.
Você deve pensar que essa será uma crônica sobre não ter ideias para crônicas, mas não é bem esse o ponto. O que quero falar aqui é sobre a capacidade grande, e algumas vezes limitada de ideias em geral do ser humano.
Eu gosto muito desse assunto, gosto de ter ideia para qualquer coisa, um desenho, uma história, um trabalho, qualquer coisa mesmo, mas há uma coisa em especial que eu gostaria de falar nessa crônica: Propagandas. Confesso que sou um amante de publicidade, às vezes até penso que é o que quero fazer no futuro, realmente me admiro muito com essa arte, mas hoje em dia, você pode ver alguns pontos onde ela peça muito forte. Olhe para uma propaganda de cerveja, há algumas muito legais, divertidas e bem desenvolvidas, já outras, que não sei como acabem aparecendo muito mais vezes, são horríveis, nessas, nunca há uma pessoas bebendo cerveja, onde já se viu isso? Eles apenas contratam uma mulher com grandes feições e a fazem andar de lá pra cá, sem um propósito, se passo de canal rapidamente penso que é uma propaganda de biquínis, pois a única coisa que vê é uma bunda no foco balançando.
Bom, tem propagandas boas, e outras ruins, mas o que quero dizer é que nem toda ideia pode sair do papel facilmente, você pode ter bonda atores, e uma ideia boa, mas se não fizer do jeito certo, não rola. 
Gostaria de dar outro exemplo, uma propaganda também de bebidas alcóolicas, no caso da Yipióca, você já deve ter visto essa propaganda. No caso, o tema da propaganda é brasilisar, um terrível estereótipo da vida brasileira. As propaganda começa com o John Travolta, um grande ator mundialmente conhecido, então você pensa: Uau, essa fera tá fazendo essa propaganda? Deve ser muito boa. 
Nunca julgue o livro pela capa.
À partir deste momento, só desgrama na trama: Ele vai andando na praia do Rio de Janeiro com aquela roupa de turista babaca de desenho, alguém grita:
-Olha aí meu amigo, João Travolta! Vamos brasilisar! 
Outra pessoa fala algo do tipo passando a mesma mensagem.
No final, alguém grita:
-John! Vamos brasilisar! E joga uma bola de futebol, ele chuta a redonda de qualquer jeito, ela bate num coqueiro e vai direto no gol. 
Pra fechar com chave de ouro ele fala com aquela voz de gringo falando português que parece mais alguém do interior:
-Vamos brasilisarrrr! E todos comemoram com uma pinga da boa no sol de rachar.
Bom, uma propagando boa ou ruim, pode funcionar ou não, as ideias também funcionam assim.
Continue tendo boas ideias, e as ideias ruins também, que te sustentam para fazer melhores.
E se... Tive uma ideia, mas deixa pra próxima!

segunda-feira, 16 de março de 2015

Escorreu por entre os dedos...

         Quando a crise d'água "chegou" (pois a situação não ficou assim de repente) em São Paulo, eu me perguntei e perguntei para várias pessoas:
         - Como assim a água está acabando?! Pelo menos metade do mundo (ou mais) é água! 75% do nosso corpo é composto por H2O!
         Depois de um tempo entendi melhor o assunto, mas para mim, a situação ainda é catastrófica. E com tudo isso, algumas coisas começaram a acontecer.
         Um exemplo? O telejornal. Num dia qualquer, eu assistia o jornal na Rede Globo, e só de ouvir as chamadas já senti uma dor no coração, foi uma atrás da outra. Após serem declarados os níveis das represas muito ruins, algumas notícias curiosas apareceram. Em uma delas, um salão de beleza realizou um "gato" e pegou água de outra residência para o uso do estabelecimento. Caixas d’água, com a reserva feita para momentos de torneira seca, viravam criadouro de dengue transbordantes. Para fechar com chave de ouro, a melhor: em um estado do norte do país, um homem invadiu uma creche que estava em férias e roubou água com uma mangueira, e, ali mesmo, na frente da creche, encheu sua piscininha inflável e ficou a tarde inteira se refrescando com água roubada.
          Bom, já deu pra ver que o ser humano chegou a um nível péssimo, mas não contei a outra parte, meu ponto de vista sobre tudo isso. Com o tempo, fiquei pensando sobre o lado péssimo da história, o lado apocalíptico. Tive algumas discussões engraçadas com amigos sobre como seria o mundo em colapso por falta de água: onde ficaríamos, o que faríamos, como agiríamos para sobreviver e tudo que você pode imaginar. Pode parecer loucura agora que as represas estão “melhorando”, mas ainda vejo essa possibilidade de apocalipse.
         No momento, tudo que nos resta é economizar, nada de cantar no banho ou banho de banheira. Cada um fazendo a sua parte, tudo pode melhorar. Pois, afinal, não queremos o ml de água a preço de dólar!

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Não critique-o, critique-se

         Ali mesmo, na janela do ônibus às vezes olho para todas as pessoas que estão caminhando, comendo, comprando, simplesmente vivendo, e penso, qual a história dessas pessoas? O que está acontecendo no dia delas? Se está feliz ou triste, no que está pesando? Pois, tem mais de 7 bilhões de pessoas por aí além de mim, e para cada um que vejo como você também faz, só olho e penso: É só mais uma pessoa insignificante na minha vida, que diferença ela faz? Reparamos na roupa ou em alguma característica física e a criticamos, por exemplo, nossa, que roupa velha, mas nem sabemos se ela tem uma renda boa para comprar roupas decentes.

         Basicamente o que estou querendo dizer com esta crônica, é que há bilhões de pessoas ao redor do mundo, que podem ter alguma ligação com você ou não, mas o que importa é que somos todos iguais, pode haver diferenças nas personalidades ou em outra coisa, mas todos nós temos os mesmos direitos e às vezes até os mesmos problemas, então caro leitor, peço que da próxima vez em que olhar para qualquer outra pessoa, pense duas vezes antes de falar algo que não seja um elogio, não quero tirar sua liberdade, quero apenas que tenhamos pessoas melhores que convivam melhor.

Não tem mais?

         Foi a primeira vez que aconteceu comigo, imagino que já tenha acontecido com você.
         Na época eu tinha 10 ou 11 anos, mas o fato era que estava completamente viciado na série Breaking Bad. Eu comecei a assistir, pois tinha ouvido falar que era uma das melhores séries de todos os tempos, então fui atrás da trama e me interessei muito (recomendo muito para qualquer um, é realmente muito boa), então comecei a assistir pelo Netflix. Logos nos primeiros episódios eu já me encantei, os personagens eram perfeito, falas geniais, cenas incríveis.
         Fui assistindo mais episódios, e as temporadas foram passando, havia cinco, eu estava terminando a 4ª quando pensei: a série está muito boa, mas tudo tem seu fim, e com a série não seria diferente. Pouco tempo depois eu esqueci, mas a hora teria de chegar.
         Foi numa sexta feira de manhã, faltavam poucos minutos para acabar o último episódio, liguei no Netflix e assisti com muito gosto, mas no momento em que os créditos começaram a aparecer eu senti um vazio dentro de mim, era como se eu dependesse daquilo para viver, era meu combustível. Comecei a me perguntar: é isso? Acabou? Não pode ser assim, não tem uma continuação? Nem que seja por alguns segundos, eu preciso de mais. Infelizmente era aquilo, não tinha mais... Ou tinha?
          Para minha grande sorte, TINHA MAIS! Recentemente foi lançada uma história paralela, com um dos personagens. A série se chama Better Call Saul! É do mesmo diretor, muito boa, mas infelizmente não tem a mesma “magia”.

         

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Paul e eu

       Eu nunca tinha imaginado que um dos meus primeiros shows seria um dos maiores do mundo. O rock entrou em minha vida muito cedo. Meu pai sempre me influenciou muito, principalmente com os Beatles. Quando eu tinha uns cinco ou seis anos, me lembro das inúmeras vezes em que fomos para a casa dos meus primos, em Valinhos, ouvindo o White Album e eu e minha irmã cantávamos Obla-di-Obla-da juntos. Quando fiz oito anos, em 2010, logo depois de meus pais se divorciarem, ganhei meu primeiro disco dos Beatles. Meu pai me deu o álbum “1”, que contém os maiores sucessos da banda que chegaram ao primeiro lugar da Billboard.  Depois desse vieram outros como Sgnt. Peppers e a coletânea Love. Eu ouvia isso toda vez que estávamos no carro, ou fazendo lição, e até no banho!
          Pois bem, os anos se passaram e fui cansando de só ouvir Beatles. Então comecei a ouvir outras bandas e artistas como Pink Floyd, Oasis, Rolling Stones, Arctic Monkeys, David Bowie e por aí vai... Até que em 2014, quatro anos depois da chegada daquele meu primeiro disco dos garotos de Liverpool, Sir Paul McCartney anuncia shows em São Paulo. Ele já tinha vindo outras vezes, mas eu não era tão fã ainda. Dessa vez eu simplesmente fiquei louco, e precisava muito ir. Minha mãe iria sozinha ou com amigos. Eu implorei demais para ela e, no final, compramos ingressos para nós dois na pista Premium, do melhor jeito possível. 
         O tempo não passava. O show que fez parte da turnê Out There! Que inclui musicas de seu novo álbum seria no estádio do Palmeiras no dia 26 de novembro. Mas a ansiedade era tão grande que parecia que até o Natal iria chegar antes! No dia 25, aconteceu o primeiro show e foi transmitido pela TV. Minha mãe quis ver, eu era contra, mas não aguentei e assisti junto. 
         O grande dia chegou. Não fui à escola, passei o dia inteiro só esperando o sonhado momento. Eu já estava com muita pressa quando saímos, pois minha mãe não acabava de se arrumar e maquiar nunca. Fomos a pé, já que o estádio é perto de casa, nem a chuva conseguiu me desanimar. Já no caminho entrei no clima do show, pois havia muitas pessoas também indo para lá. Chegando ao estádio, senti uma sensação muito boa, um clima onde você e todas pessoas ao seu redor estão pensando na mesma coisa. Demos o ingresso, e fomos para a pista. Conseguimos bons lugares bem na frente do palco, fiquei junto do meu amigo Marc e seu pai. Em poucos instantes, a apresentação iria começar.
         Com muito barulho, a figura é recebida pelo público. Paul entra no palco e nos leva à loucura com Magical Mistery Tour. Na ponta dos pés, vejo as rugas de um dos meus maiores ídolos de perto. O show foi passando e eu fui cantando (quase) todas as músicas, como Something (com um ukulele e uma dedicatória para George), Obla-di-Obla-da, Queenie Eye e outras, até que, quase no final do espetáculo, tomo um susto! Labaredas aparecem na minha frente como um tiro, sinto o calor das chamas no meu corpo, e todos cantam juntos refrão de Live and let die. Depois do encerramento com Hey Jude, Paul voltou duas vezes ao palco com Yesterday, Helter Skelter, Carrie that weight e outras. O show termina com uma chuva de papel picado com as cores do Brasil. Não sabíamos se tinha acabado, pois após duas voltas e saídas, já se esperava de tudo. 

          Foi uma das melhores experiências da minha vida. Espero ir a outros shows ótimos como esse. Quem sabe ainda em 2015? Os Rolling Stones logo chegam aí